Restauração de ecossistemas como oportunidade para transição climática no uso da terra no Brasil
A Climate Advisers reúne líderes de pensamento climático mundialmente reconhecidos em políticas públicas, diplomacia internacional, florestas tropicais e outras soluções baseadas na natureza, comunicações estratégicas, alimentos e agricultura globais, mercados de carbono e finanças e riscos climáticos.
Uma de suas iniciativas é o Orbitas, um centro de excelência que examina os riscos da transição climática para provedores de capital que financiam commodities agrícolas em regiões tropicais. Por meio de uma combinação de modelagem econômica de ponta e análise financeira tradicional, o Orbitas desenvolve análises sobre riscos e oportunidades associados das transições climáticas na economia do uso da terra, em especial nas cadeias de commodities em regiões tropicais.
Nesse contexto, o IIS está contribuindo para uma análise sobre o potencial econômico da restauração florestal de terras degradadas no Brasil como oportunidade para essa transição climática. Essa análise busca ajudar os provedores de capital a entenderem como a restauração pode moldar os cenários climáticos do uso da terra no futuro, em particular para as commodities agrícolas. O setor agropecuário brasileiro está prestes a se transformar à medida que as transições climáticas estimulam novas ações para reduzir as emissões. Assim, é essencial ajustar as estratégias de financiamento a essa nova realidade.
Apesar dessas análises estarem alinhadas a muitas políticas públicas brasileiras, como o Código Florestal, o Plano ABC+, o Planaveg e a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), a restauração de ecossistemas não depende exclusivamente de subsídios públicos. Ela deve se tornar financeiramente viável por meio de mercados de carbono, venda de madeira certificada e, futuramente, créditos de biodiversidade. Assim, esse projeto irá revelar riscos financeiros materiais juntamente com oportunidades para investir em um futuro mais sustentável e eficiente para o uso da terra, atrelando restauração de ecossistemas à produção agropecuária.
Para esta análise, dados geoespacializados e informações econômicas estão sendo integrados – principalmente através das modelagens PLANGEA e MAgPIE – para gerar projeções detalhadas sobre uso da terra, produtividade agrícola e viabilidade de restauração sob diferentes cenários climáticos até 2050. O projeto também avalia como transições climáticas podem liberar terras atualmente usadas para pecuária extensiva, sem comprometer a segurança alimentar. É esperado que os resultados sejam orientadores para tomadores de decisão em investimentos privados da agropecuária e de políticas públicas.