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16.10.25
Em colaboração Brasil-Alemanha, IIS promove evento sobre restauração ecológica e resiliência climática
O IIS realizou, em parceria com o Senckenberg Nature Research (SGN), o evento “Restoration at the Crossroads: linking global and urban ecosystem recovery for a climate-resilient future”, no Rio de Janeiro. Além de reunir pesquisadores brasileiros e alemães durante dois dias de oficinas internas, foi promovido um seminário público no dia 8 de outubro para promover a disseminação de conhecimento e recomendações para ampliar a escala da restauração ecológica e garantir resiliência climática. Visando integrar ciência, políticas e práticas, o seminário contou com representantes do setor público e de organizações da sociedade civil do Brasil e da Alemanha em painéis de discussão.
“O IIS tem trabalhado para conectar evidências científicas e políticas públicas que possibilitem restaurar ecossistemas de forma efetiva, considerando o contexto local e global”, afirmou Bruna Pavani, líder em articulação institucional do IIS.
A mesa de abertura contou com Aline Rodrigues, líder da estratégia de soluções baseadas na natureza do IIS e professora colaboradora do mestrado profissional em ciências da sustentabilidade da PUC-Rio, e Katharina Fourier, diretora do Centro Alemão de Ciência e Inovação (DWIH) São Paulo e do Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD) Brasil.
Ciência e inovação como centrais na restauração
Moderado por Taruhim Quadros, líder de restauração no WWF-Brasil, o primeiro painel, Ciência e inovação para restauração de ecossistemas em escala, destacou o uso de dados, inteligência artificial e modelagem ecológica em estratégias de restauração.
Jessica Hetzer, pesquisadora associada do SGN, destacou a importância de conectar escalas locais e globais. “As ferramentas de modelagem espacial e análise de dados são essenciais para garantir uma estrutura analítica para orientar decisões de implementação da restauração ecológica”, explicou durante o painel.
Viviane Figueiredo, gerente de restauração de paisagens e florestas na CI-Brasil, defendeu a incorporação de aspectos sociais nos projetos. “Não há restauração bem-sucedida sem o envolvimento direto das comunidades locais. O conhecimento científico precisa caminhar junto com as pessoas que vivem e dependem desses ecossistemas”, disse.
Bernardo Strassburg, diretor de ciência e inovação do IIS e professor da PUC-Rio, reforçou a importância da inovação tecnológica na área de restauração. “A restauração é um instrumento que reúne múltiplos benefícios para clima, biodiversidade e economia, sendo uma das respostas mais concretas à crise ambiental que vivemos.”, comentou.
Governança e parceiras para restauração em larga escala
O segundo painel, Parcerias e governança para viabilizar a restauração em larga escala, abordou a importância da coordenação entre governos, setor privado e sociedade civil, sob moderação de Fernanda Gomes, gerente de gestão do conhecimento e comunicação do IIS.
Thiago Belote, diretor de florestas no MMA/SBio/DFlo, enfatizou que “a restauração deve ser vista como política pública estratégica, articulada a mecanismos de financiamento e instrumentos regulatórios que garantam escala e continuidade”.
Mariana Oliveira, diretora de florestas e uso da terra no WRI Brasil, apontou a necessidade de integração entre políticas nacionais e projetos locais. “Os compromissos ambientais só se tornam efetivos quando são traduzidos em ações concretas e monitoradas de forma transparente”, observou.
Julio Tymus, coordenador de restauração ecológica da TNC-Brasil, lembrou que “o sucesso da restauração depende tanto do engajamento das comunidades quanto do uso de evidências científicas para o planejamento de longo prazo”.
No encerramento, Aidin Niamir, líder em política científica internacional do SGN, destacou que “a cooperação científica entre Brasil e Alemanha fortalece as bases para políticas ambientais consistentes e inovadoras”. Bernardo Strassburg completou afirmando que “a troca de experiências e a construção conjunta de soluções são fundamentais para que a restauração ecológica alcance escala global e gere impactos mensuráveis em biodiversidade e resiliência climática”.
Além da parceria IIS e SGN, o evento foi corganizado pelo DWIH São Paulo e pela PUC-Rio, integrando as ações preparatórias para a COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA).