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17.09.25
IIS assina estudo que analisa os principais desafios e soluções para adaptação urbana frente à emergência climática
O IIS participou da elaboração do relatório de síntese “Cidades Verdes-Azuis Resilientes”, que avalia os conhecimentos científico e tecnológico mais atualizados sobre os principais desafios e soluções para adaptação urbana frente à emergência climática. O documento faz parte de uma série de quatro relatórios lançados em setembro pelo Centro de Síntese em Mudanças Ambientais e Climáticas (SIMAClim) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
O relatório, coassinado por Bruna Pavani, líder em articulação institucional do IIS, mostra como a resiliência das cidades brasileiras vai depender de processos de adaptação que sejam capazes de enfrentar diretamente a desigualdade socioeconômica e climática, fatores que aumentam a vulnerabilidade das populações urbanas.
“A perda e fragmentação das áreas naturais têm gerado impactos sobre a saúde, o abastecimento hídrico e a estabilidade climática das cidades. A incorporação de soluções baseadas na natureza no planejamento urbano contribui para restaurar funções ecológicas e aumentar a resiliência das populações”, explica Bruna.
Essa conjunção é fundamental para melhorar a gestão da água, regular a temperatura urbana, melhorar a qualidade do ar e conservar a biodiversidade, ao mesmo tempo que reduz os riscos associados a saúde.
A análise também aponta que o padrão de ocupação do solo, caracterizado pela expansão horizontal e impermeabilização, agrava os efeitos da mudança do clima. No Brasil, cerca de 87% da população vive em áreas urbanas que representam apenas 0,44% do território, com elevada concentração em zonas costeiras.
“A atual ocupação do solo aumenta a exposição a inundações, deslizamentos e ondas de calor, especialmente em áreas ocupadas por populações em situação de vulnerabilidade. O relatório propõe a adoção de modelos de planejamento urbano integrado a sistemas naturais – áreas verdes e azuis – para tornar os centros urbanos mais resilientes, inclusivos e sustentáveis”, acrescenta Bruna.
A transformação para territórios resilientes requer mecanismos de governança inclusiva e equitativa, além de financiamento adequado. A fim de garantir a governança multiescala, o relatório se conecta ao Programa Cidades Verdes Resilientes (PCVR) do governo federal, fortalecendo a ponte entre conhecimento científico e formulação de políticas públicas. A participação social e o fortalecimento de instrumentos como planos diretores, políticas de mobilidade e cadastros ambientais urbanos são essenciais, segundo o relatório, para alinhar justiça climática, conservação ambiental e desenvolvimento urbano.