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O projeto “Ferramenta Analítica para Mitigação de Desastres Ambientais” foi um dos vencedores do 7º Prêmio MapBiomas na categoria Emergência Climática, que estreou nessa edição. A iniciativa desenvolve um framework para gestão de riscos ambientais a partir da aplicação de Soluções baseadas na Natureza (SbN) e usa os mapas da instituição como base de dados para o estudo. A cerimônia de entrega foi realizada no 7 de julho, no auditório do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), em São Paulo.

“O resultado do prêmio foi recebido com muito entusiasmo por toda a equipe. Agradeço a todos  os envolvidos no projeto e ao Mapbiomas, por fornecer uma base de dados de alta qualidade, que permite não só a avanço da ciência do Brasil, mas também o fortalecimento da ponte entre a pesquisa e os processos de tomada de decisão”, comemorou Viviane Dib, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do IIS e colaboradora do projeto, ao receber o prêmio.

O prêmio, em parceria com o Instituto Ciência Hoje, reconheceu nove projetos que estimularam e ampliaram aplicações e trabalhos com dados de qualquer produto, módulo ou iniciativa MapBiomas, que envolve uma rede colaborativa e multi-institucional, com mais de 100 instituições, entre universidades, organizações não governamentais (ONGs) e empresas de tecnologia, em 14 países (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa,Indonésia, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela).

Os pesquisadores que assinam o prêmio são Viviane Dib, Fernando Resende, Stella Manes, Julia Niemeyer, Luiz Oliveira, Fernanda Gomes, Agnieszka Latawiec, Rafael Loyola e Juliana de Almeida-Rocha.

Saiba mais sobre o projeto

O projeto foi concebido para apoiar a tomada de decisão em diferentes escalas territoriais e contextos socioambientais. A aplicação do framework utilizou o estado do Rio de Janeiro como estudo de caso, em razão da densidade populacional, da importância econômica e da vulnerabilidade climática da região.

“Esse estudo teve por objetivo desenvolver um framework que pudesse ser aplicado em diferentes escalas e contextos, com base em Soluções baseadas na Natureza. Ele funciona como um guia para o processo de tomada de decisão em situações de risco ambiental”, explica Fernando Resende, pesquisador do IIS e colaborador do projeto.

Com base em dados da plataforma MapBiomas, a equipe projetou cenários futuros de uso do solo para o ano de 2050 — pessimista, neutro e otimista — considerando a série histórica de perda e ganho de vegetação no estado. A ferramenta permitiu a identificação de áreas prioritárias para conservação e restauração da vegetação nativa com potencial para mitigar riscos de inundações, promover conforto térmico e proteção costeira, especialmente em regiões com alta vulnerabilidade social.

“Nós conseguimos identificar áreas capazes de reduzir o risco de inundações, promover conforto térmico e proteger a zona costeira. Estimamos também co-benefícios, como o potencial de estoque de carbono e a redução do risco de extinção de espécies”, afirma Stella Manes, pesquisadora do IIS e colaboradora do projeto. Também foi feito o cálculo do custo aproximado necessário para as ações de conservação e restauração das áreas mapeadas.

A escolha pelos dados do MapBiomas considerou fatores como consistência metodológica, atualização frequente e possibilidade de compatibilidade com outros estudos científicos.

“Desde o início do projeto pensamos em usar os dados do MapBiomas, pois precisávamos de uma série histórica confiável sobre a cobertura de vegetação no estado. Além disso, a reputação da plataforma facilita a adoção dos nossos resultados por outros grupos de pesquisa”, destaca Stella.

Os próximos passos incluem a publicação de um artigo científico, atualmente em revisão, e a elaboração de um manual em português voltado a tomadores de decisão, com as etapas detalhadas da aplicação do framework no estado do Rio de Janeiro. A equipe também prevê articulação com o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) para a incorporação dos resultados em políticas públicas e planos de adaptação climática.

O projeto é parte de uma iniciativa mais ampla desenvolvida pelo IIS com apoio da Swiss Re Foundation.