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Efeitos indiretos da perda de habitat através da fragmentação de habitat: uma análise de espécies dependentes da floresta

Estudos recentes sugerem que a quantidade de habitats é o principal determinante da riqueza de espécies, enquanto a fragmentação de habitats tem efeitos fracos e principalmente positivos. Aqui, desafiamos essas ideias usando um banco de dados multitáxons, incluindo 2230 estimativas de riqueza de espécies dependentes da floresta de 1097 locais de amostragem da biodiversidade da Mata Atlântica brasileira.

Utilizamos uma abordagem de modelagem de equações estruturais, respondendo não apenas pelos efeitos diretos da perda de habitat, mas também por seus efeitos indiretos (via fragmentação do habitat) na riqueza de espécies dependentes da floresta. Revelamos que, além dos efeitos da perda de habitat, a fragmentação do habitat tem impactos negativos na riqueza de espécies animais em níveis intermediários (30-60%), da quantidade de habitat e na riqueza de plantas em níveis altos (> 60%) da quantidade de habitat , ambos mediados por efeitos de borda. Com base nesses resultados, argumentamos que descartar a fragmentação de habitat como uma força poderosa que leva à extinção de espécies em paisagens de florestas tropicais é prematuro e inseguro