Notícias > Notícia

Compartilhe

24.11.23

COP 28: Como a conservação e a restauração de ecossistemas contribuem para a agenda climática?

A conservação e a restauração de ecossistemas é vital para reduzir ou reverter os impactos causados pelo ser humano ao meio ambiente, já que podem gerar diversos benefícios como mitigação e adaptação às mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, manutenção de serviços ecossistêmicos e melhoria da qualidade de vida da sociedade. Entre possíveis contribuições para a agenda climática, é possível citar:

1.Sequestro de Carbono

Ecossistemas saudáveis atuam como reservas naturais de carbono. As plantas absorvem CO₂ da atmosfera durante a fotossíntese e o armazenam em forma de biomassa. Ao conservar ecossistemas e restaurar áreas degradadas, contribuímos para o sequestro de grandes quantidades de carbono. A restauração de florestas tropicais e subtropicais, por exemplo, tem potencial para sequestrar de 7 a 14 toneladas de CO₂ por hectare por ano.

2. Regulação do Clima

Diferentes ecossistemas desempenham um papel fundamental na regulação do clima local e global. A destruição desses ecossistemas pode levar a mudanças climáticas locais e contribuir para padrões climáticos extremos.

3. Outros

Além desses benefícios, a conservação e a restauração de ecossistemas garante a manutenção da biodiversidade, previne desatres naturais e preserva a disponibilidade de água, tornando-os mais resilientes frente às alterações climáticas.

Atuação do IIS

Nessa frente, o IIS tem apoiado diversos tomadores de decisão, como profissionais do Ministério do Meio Ambiente e da Convenção da Diversidade Biológica da Organização das Nações Unidas (CBD).

Inclusive, o Instituto sediou a consulta temática sobre restauração de ecossistemas para a definição das metas do Marco Global para Biodiversidade de Kunming-Montreal.

Em nossos projetos, adotamos métodos de planejamento espacial que minimizam conflitos/custos e maximizam os benefícios relacionados às ações de conservação e restauração. Atendendo à uma demanda por priorização de áreas custo-efetivas para conservação e recuperação, desenvolvemos a inovadora modelagem de planejamento espacial PLANGEA.

A PLANGEA é um algoritmo desenvolvido de maneira dinâmica e adaptativa, criado para revelar sinergias e trade-offs entre aspectos ambientais e econômicos relacionados à ações de conservação e restauração, buscando otimizá-las. A partir do modelo, identificamos áreas para recuperação em todos os ecossistemas nativos do mundo e descobriu que restaurar 30% das regiões mais prioritárias:

  • Reduziria em 79% as ameaças à biodiversidade;
  • Sequestraria 18 GtCO2 da atmosfera;
  • Diminuiria US$ 2.908 o custo por hectare restaurado.

Essa abordagem multicritério desenvolvida foi publicada na revista Nature. No Brasil, encontramos uma série de benefícios associados à restauração de diferentes biomas, como a Amazônia, a Caatinga, a Mata Atlântica, o Pantanal e o Pampa. Por exemplo, os resultados indicam que, em relação com cenário sem planejamento, a recuperação das áreas prioritárias permitiria o estoque de até:

  • 74 milhões de toneladas de carbono na Caatinga;
  • 67 milhões de toneladas de carbono no Pampa;
  • 229 milhões de toneladas de carbono no Pantanal.

Atualmente, a PLANGEA é internacionalmente reconhecida e conta com uma plataforma online para apresentar seus dados. A versão web possui um mapa interativo no qual é possível simular e visualizar resultados da priorização espacial aplicados a diferentes objetivos e cenários em escala nacional ou global.

Parceiros Relacionados (2)

Convenção da Diversidade Biológica Ministério do Meio Ambiente - Governo Federal (MMA)