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No dia 3 de maio de 2023 foi publicado o artigo “Biochar and Forage Peanut improve pastures: Evidence from a field experiment in Brazil”, traduzido como “Biochar e amendoim forrageiro na melhoria de pastagens: evidências de um experimento de campo no Brasil”. Publicado na Agriculture, Ecosystems & Environment, o artigo refletiu sobre o manejo do solo por meio de um experimento realizado em campo, considerando uma variedade de gramíneas comumente usadas por agricultores. O estudo de campo ocorreu no município de Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, Brasil, entre novembro de 2015 e março de 2017.

As pastagens, muitas vezes degradadas, representam a maioria das terras convertidas globalmente. É importante entender como as suas diferentes abordagens de manejo podem melhorar a qualidade do solo, aumentar a produtividade e a renda do agricultor. A pesquisa analisou o impacto de diferentes insumos na qualidade do solo e na produtividade de três cultivares de capim forrageiro Brachiaria (Syn. Urochloa): Marandu, Paiaguás e Piatã. Os melhoradores de solo incluíram: biochar – um produto rico em carbono da pirólise da biomassa, moinha (resíduo local de carvão vegetal), fertilizante tradicional contendo nitrogênio, fósforo e potássio, cal e amendoim forrageiro (Arachis pintoi cv. Amarillo).

A maior produção de biomassa foi observada para Piatã e Marandu com aplicação de biochar de 30t/ha. Paiaguás apresentou a maior produção de matéria seca com o tratamento de amendoim forrageiro associado ao biochar. Os aumentos na produtividade se traduziram em receita anual adicional de U$1.291, U$1.183 e U$991 para Marandu, Piatã e Paiaguás, respectivamente. Os aumentos na produtividade de gramíneas forrageiras também foram refletidos por mudanças positivas nas características do solo, como melhoria na capacidade de troca catiônica, pH e teores de nutrientes.

O manejo aprimorado de pastagens tropicais oferece oportunidades para uma produção de alimentos mais sustentável e para a proteção e recuperação dos serviços ecossistêmicos, por exemplo, ganho líquido de biodiversidade, regulação da água e sequestro de carbono.

O artigo contou com a autoria de diversos pesquisadores do Instituto Internacional de Sustentabilidade (IIS). Entre eles, o presidente do Instituto, Bernardo Strassburg, e a diretora de Ciência, Agnieszka E. Latawiec. Representantes de departamentos de organizações acadêmicas nacionais também participaram, como da PUC-Rio, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); e de internacionais como Opole University of Technology, University of Opole, University of Agriculture in Kraków, University of East Anglia. Contribuíram também representantes da esfera pública de instituições como EMBRAPA Solos, EMBRAPA Acre e EMBRAPA Agrobiologia; e da esfera privada, com a Re.green, fundada por Bernardo Strassburg.