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Science Advances: A destruição velada de florestas antigas ameaça a Mata Atlântica e desafia programas de restauração

Compreender a dinâmica de perdas e ganhos de floresta nativa é fundamental para a conservação da biodiversidade e da provisão de serviços ecossistêmicos, especialmente em regiões que passam por intensas transformações florestais.

Esse estudo quantificou a dinâmica da cobertura florestal nativa em uma base anual de 1990 a 2017 na Mata Atlântica brasileira e, apesar da relativa estabilidade da cobertura durante este período (~ 28 Mha), continuou ocorrendo a perda de florestas nativas mais antigas, principalmente em terrenos mais planos, onde a perda é disfarçada pelo ganho crescente de cobertura florestal nativa mais jovem, principalmente em terras marginais à áreas agrícolas mecanizadas.

Mudanças na cobertura florestal nativa e sua distribuição espacial aumentaram o isolamento da floresta em 36,4% das paisagens, enquanto o desmatamento de florestas mais antigas associado ao recorte de 27% das florestas mais jovens resultou em um rejuvenescimento progressivo da cobertura florestal nativa.

Por fim, o estudo destaca a necessidade de incluir as dinâmicas espaço-temporal das florestas nativas em programas de restauração para melhor estimar seus benefícios esperados e problemas inesperados.